José Moz Carrapa (Lisboa, 1952).

Foi guitarrista de grupos como Cid, Scarpa, Carrapa & Nabo, Circo da Vida e Sexo dos Anjos. Fez parte dos Salada de Frutas, Ala dos Namorados e Ficções. Com Sei Miguel gravou “Abrigo dos Pássaros” juntamente com Fala Mariam.

Enquanto produtor residente da Valentim de Carvalho foi co-produtor dos discos “Anjo da Guarda” de “António Variações”, “Guardador de Margens” de Rui Veloso e “Atravessando Rios” de José Mucavele.

Como produtor independente produziu o disco “Projecto Project” dos Ena Pá 2000. Produziu ainda os discos “O Barco Voador” e “Zanzibar” de João Afonso. Já em 2016 produziu "Zarcotráfico", o EP de estreia de Zarco, e em 2019 produz "Spazutempo", também de Zarco.

Participou como guitarrista em discos de Amélia Muge, António Variações, Banda do Casaco, Djurumani, Dulce Pontes, João Afonso, Jorge Palma, José Mucavele, Júlio Pereira, Mísia, Rui Veloso, Sérgio Godinho, entre outros. Participou nos discos coletivos "Voz & Guitarra" (1997), "Voz e Guitarra - vol 2" (2013) e “Cantigas de Amigos”.

Colaborou ao vivo em concertos de nomes como Amélia Muge, João Afonso, Jorge Palma, Shila, Júlio Pereira, Minela Medeiros, Rui Veloso, Sérgio Godinho e Uxia.

Compôs a música das mini-séries “A Morgadinha dos Canaviais” (Júlio Dinis) e “O Mandarim” (Eça de Queiroz), realizadas para a RTP por Ferrão Katzenstein. Fez também música incidental para as versões portuguesas da Rua Sésamo e das Produções Walt Disney.

Fez música para várias peças de teatro infantil encenadas pelo TIL (Teatro Infantil de Lisboa), da Casa da Comédia e de comédias escritas por Fernando Gomes (autor, actor, encenador).

Actualmente colabora no trabalho a solo de Tim, tendo participado na gravação dos CDs "Braço de Prata", "Companheiros de Aventuras" e no CD-DVD "Ao Vivo N'o Sol da Caparica" e nos concertos "ao vivo".

No baixo, integra o grupo Rita e o Revólver, com Rui Alves (bateria), Tiago Santos (guitarra), Rita Cruz (voz) e João Cardoso (teclas).

 

Por um fio, é a metáfora que escolhi para este trabalho. Composto de 15 músicas, que fui registando ao longo de 30 anos em vários locais onde, por um fio, me liguei aos 220V que alimentaram o hardware necessário para o registo sonoro. Chamo a este acervo tecnológico que fui adquirindo ao longo dos anos para este fim, o Estúdio Itinerante Mecânica Celeste, que dentro de uma valise ou numa ou duas flight-cases foi viajando comigo e ligado por um fio onde houvesse a corrente adequada.

O pretexto para as composições foi a vontade de tocar à minha maneira, sem desviar ninguém do seu caminho. Para isso organizei estruturas rítmicas e harmónicas sobre as quais tinha a liberdade de fazer correr os dedos sem mais obstáculos que não fossem as minhas limitações nestes domínios. Tudo isto foi ficando aprisionado em Hard Disks até que decidi tornar público parte deste trabalho de anos.

Com a colaboração preciosa de alguns músicos por quem tenho grande respeito e admiração, completei algumas das peças incluídas. Foram eles o Alexandre Frazão, Alexandre Manaia, Yuri Daniel, Nanã Sousa Dias, Diogo Santos, Bernardo Fesch, Edgar Caramelo, Tomás Moital, Gabriel Gomes e Rui Alves. Outras ficaram em formato one-man-band, quando me pareceram completas.

Estamos sempre por um fio na relação entre os nossos desejos e as realizações obtidas. Não sei se foi por um fio ou não, mas obtive um precioso apoio do Fundo Cultural da Sociedade Portuguesa de Autores para a realização deste CD e só posso estar-lhes agradecido, assim como a todas as restantes entidades que me apoiaram ou apoiam nesta finalidade.

JMC

25/11/2021

JOSÉ MOZ CARRAPA